Tenho uma sobrinha muito bonita, que até já trabalhou como modelo.
Mesmo assim, ainda menina, há muitos anos atrás, ela não escapava da pressão sobre magreza e aparência.
A cena que mais ficou marcada para mim, foi ela me mostrando como sentar na borda da piscina com a canga, desamarrá-la e, sentada, escorregar para a água de modo que ninguém visse o seu bumbum e “suas celulites”. Depois ainda me mostrou a arte de sair da piscina e fazer a mesma coisa.
Uma menina adolescente, linda e já sofrendo com o corpo. Não poder vivê-lo em suas funções naturais e sim como um objeto de escrutínio próprio e dos outros!
No Brasil, vivemos a cultura de desnudar-se o mais possível, em qualquer ocasião. Este é o parâmetro de estar na moda.
OK para quem gosta, mas tanta gente não se sente a vontade com isso e acha que não tem escolha.
Muitas adolescentes não estão preparadas para lidar com os efeitos, olhares, comentários da exposição de seus corpos.
Uma das maneiras de ajudarmos nossas jovens é dar para elas tempo e espaço para aprender como habitar seu corpo adulto e ensiná-las a se defender da padronização.
A natureza criou uma infinidade de formas, não temos que nos confinar a um único modelo, muito menos nos colocarmos na “vitrine” a cada momento.
“Meu corpo é assunto meu!”